MEU PRIMEIRO CULTO
Era uma terça feira, ano 1992, ás 20:00h. quando, pela primeira vez, cheguei em frente a um templo da Universal da minha cidade, Maringá e para quem não sabe, nas terças feiras na Universal os Cultos são de Libertação e Cura, e pode-se até dizer que o principal ministério dessa Igreja é o trabalho de libertação.
Era uma terça feira, ano 1992, ás 20:00h. quando, pela primeira vez, cheguei em frente a um templo da Universal da minha cidade, Maringá e para quem não sabe, nas terças feiras na Universal os Cultos são de Libertação e Cura, e pode-se até dizer que o principal ministério dessa Igreja é o trabalho de libertação.
Ficava na Av. Brasil, quase chegando a famosa Praça do Peladão. Um prédio comercial improvisado, pequeno, com apenas duas portas de aço.
O Culto já havia começado ás 19:30 horas. Não entrei, preferi rondar o ambiente. Sentei-me na soleira lateral do prédio para tentar ouvir o que rolava lá dentro.
Uma obreira veio me convidar duas vezes para entrar e fazer parte do culto.
Eu menti que estava esperando alguem (mentir era minha arte preferida) e continuei tentando ouvir de longe como era o ritual deles pois eu jamais havia entrado em uma Igreja Evangélica, apesar de meu pai ter frequentado durante dez anos uma Igreja de outra denominação.
Quando papai se coverteu no protestantismo, eu estava no curso primário e a Madre Superiora do Colégio tinha planos de me mandar para Recife para ser Freira.
Ter um pai crente era uma vergonha para mim, apesar de que eu amava demais o meu pai. Ele gostava que eu ficasse a seu lado quando ele lia a Bíblia, mas as freiras tinham dito para minha mãe: não deixe ela ler a Bíblia não. A Bíblia é uma coisa difícil e criança não deve ler sozinha e nem junto com seu pai que é um semi analfabeto.
Taí um paradoxo: os semi analfabetos é que aprendem ligeirinho tudo que está escrito na Bíblia. Voltemos, POREM, a IURD.
Pôxa! Como é dificil entrar em uma Igreja Universal pela primeira vez.
As reportagens da rede Globo estão todas ali gravadas no subconsciente da gente. Voce pensa logo que se voce entrar voce vai ser submetido a uma lavagem cerebral ou vai receber um espírito de preto velho. Dizem que eles chamam o capeta na hora do culto. Invocam o bicho.
Eu era católica meio negligente, mas estudei em Colégio de freiras, fui da Cruzada Eucarística e Filha de Maria, depois fui Catequista e participei de Cursilhos até mesmo com a presença do Padre Zezinho no auge dos anos 80. Eu não queria me envolver com esse negócio de sessão espírita.
Uma obreira veio pela terceira vez me convidar para entrar.Eu disse: tudo bem, vou entrar, mas vou me sentar no último banco, oK? Ela disse: tudo bem!
O Pastor disse feche os olhos e coloque a mão no coração!
Lembrei-me dos boatos que corria na sala de imprensa.
O Marcelo havia dito: "se entrar numa universal fique com as duas mãos no bolso e não feche os olhos, por que senão eles te assaltam!"
Tentei esquecer os boatos. Fechei os olhos levemente e quando o Pastor começou a orar, eu disse para mim mesma: "não vou prestar muita atenção na fala dele para que não aconteça dele me hipnotizar ou me fazer uma lavagem cerebral". Fiquei alerta.
Derrepente um choro de criança, um grito estridente, escandaloso. Eu abri os olhos para ver quem chorava. Que surpresa: não era uma criança que chorava, mas uma senhora de uns trinta e cinco anos quem chorava e falava com voz infantil.
O pastor disse: continuem com olhos fechados, continuem orando pelo seu problema.
Não! eu não podia fechar os olhos, eu tinha que registrar aquilo, afinal esse era o meu problema:
fazer uma reportagem. Saí do ultimo banco onde eu me sentara e fui para frente para ver de perto. Uma obreira disse: volte para o seu lugar e continue orando. Eu fui para o primeiro banco e fiquei de olhos abertos. O pastor pois a mulher de joelhos na frente do altar. O rosto dela estava transfigurado. Os olhos estatelados, a boca retorcida e as mãos fechadas em forma de figa. Ela esperneava. O pastor dizia: amarrado, capeta! Mãos para trás! Sem fazer gracinha! De joelhos em Nome de Jesus! Em nome de Jesus eu estou mandando.
Tentei esquecer os boatos. Fechei os olhos levemente e quando o Pastor começou a orar, eu disse para mim mesma: "não vou prestar muita atenção na fala dele para que não aconteça dele me hipnotizar ou me fazer uma lavagem cerebral". Fiquei alerta.
Derrepente um choro de criança, um grito estridente, escandaloso. Eu abri os olhos para ver quem chorava. Que surpresa: não era uma criança que chorava, mas uma senhora de uns trinta e cinco anos quem chorava e falava com voz infantil.
O pastor disse: continuem com olhos fechados, continuem orando pelo seu problema.
Não! eu não podia fechar os olhos, eu tinha que registrar aquilo, afinal esse era o meu problema:
fazer uma reportagem. Saí do ultimo banco onde eu me sentara e fui para frente para ver de perto. Uma obreira disse: volte para o seu lugar e continue orando. Eu fui para o primeiro banco e fiquei de olhos abertos. O pastor pois a mulher de joelhos na frente do altar. O rosto dela estava transfigurado. Os olhos estatelados, a boca retorcida e as mãos fechadas em forma de figa. Ela esperneava. O pastor dizia: amarrado, capeta! Mãos para trás! Sem fazer gracinha! De joelhos em Nome de Jesus! Em nome de Jesus eu estou mandando.
Ele perguntou pra entidade: o que voce está fazendo aí? A voz rouca com tom de grunhido animalesco disse: eu vou matar o filho dela.
O Pastor deu risada e respondeu: voce não vai matar ninguem, voce vai sair da vida desta familia e vai voltar lá pro inferno, pois voce é um fracassado, Jesus já te venceu na Cruz, voce sabe disso.
Olhando para nós, o Pastor disse: não tenham medo! o diabo está amarrado. Vejam ele não pode fazer nada comigo. O nome de Jesus amarra ele. É apenas um Cosminho.
Ele explicou: Cosminho é uma entidade que se faz passar por criança, mas destrói a vida das pessaos como todo espirito maligno faz. Vamos expulsá-lo e o filho desta mulher que está doente vai ficar curado. Depois de expulsar o bicho, o pastor perguntou para a mulher. Como está seu filho? Ela disse: é aquele ali nos braços da minha filha.
O Pastor foi até a criança que estava raquitica e anemica, quase desfalecida e orou tambem na criança e ela ficou reanimada na hora.
Eu disse cá comigo: Que cara de pau tem esse pastor e esta mulher por fazer uma cena combinada destas. No mínimo ela é parente do pastor ou ganhou para fazer a cena, mas deixa comigo que eu vou descobrir. Agora a minha tarefa é investigar a vida desta mulher e desmascará-la.
Terminado o Culto eu fiquei esperando que a tal mulher saísse para que eu pudesse segui-la.
Primeiro eu tinha que descobrir onde ela morava. Ela foi para o Ponto de ônibus e eu fui atrás.
Ela tomou a linha 415, Cidade Alta e eu ali, colada nela, sentei no mesmo banco, brinquei com a criança e perguntei: faz tempo que a senhora vem nesta Igreja? Ela disse: Não, foi a primeira vez, mas tá vendo, meu filho já está curado. Olha a carinha dele.
Como é o nome do pastor? perguntei. Ela respondeu:Não sei.
O Pastor foi até a criança que estava raquitica e anemica, quase desfalecida e orou tambem na criança e ela ficou reanimada na hora.
Eu disse cá comigo: Que cara de pau tem esse pastor e esta mulher por fazer uma cena combinada destas. No mínimo ela é parente do pastor ou ganhou para fazer a cena, mas deixa comigo que eu vou descobrir. Agora a minha tarefa é investigar a vida desta mulher e desmascará-la.
Terminado o Culto eu fiquei esperando que a tal mulher saísse para que eu pudesse segui-la.
Primeiro eu tinha que descobrir onde ela morava. Ela foi para o Ponto de ônibus e eu fui atrás.
Ela tomou a linha 415, Cidade Alta e eu ali, colada nela, sentei no mesmo banco, brinquei com a criança e perguntei: faz tempo que a senhora vem nesta Igreja? Ela disse: Não, foi a primeira vez, mas tá vendo, meu filho já está curado. Olha a carinha dele.
Como é o nome do pastor? perguntei. Ela respondeu:Não sei.
Como a senhora ficou sabendo da Igreja? Ela disse: foi uma vizinha que me deu o endereço.
Continuei: onde a senhora mora? Ela respondeu na rua tal, numero tal.
Continuei: onde a senhora mora? Ela respondeu na rua tal, numero tal.
Posso ir lá lhe visitar? Ela disse: claro, venha quando quiser. Isso já eram pelas 22:00 horas e eu tinha que voltar pra casa.
Anotei na minha caderneta cada detalhe do que tinha visto.
Esse foi meu primeiro dia na Universal.
Anotei na minha caderneta cada detalhe do que tinha visto.
Esse foi meu primeiro dia na Universal.
Nesta noite perdi horas discutindo comigo mesmo. Aquilo era Cena ou era verdade???
Poxa! E se não fosse Cena? Seria possivel expulsar um demonio facilmente assim como esses pastores da universal faz? Afinal nos filmes de exorcismo no Cinema o negócio parece bem mais dificil. Geralmente o demonio mata o Padre e arrebenta tudo. Eu tinha ouvido falar tambem que os pastores da Universal não tem curso algum nem de Teologia e nem mesmo Curso Superior.
A maioria não tem nem mesmo o Ensino Fundamental Completo.
Se é o nome de Jesus que amarra o diabo, então para que precisaria de Curso de Teologia?
Mas tinha uma coisa que eu estava ainda mais interessada em saber: O que é que fizera o diabo manifestar-se. Sim porque o Pastor estava apenas orando, não havia feito ritual nenhum como no Candomble. Não havia tocado tambores, fumado cachimbo, dançado capoerira, nada.
Eu precisava saber isto: o que aquele Pastor havia feito para que a entidade baixasse na mulher.
Ou era Cena, ou tinha muito que aprender! Eu voltaria com certeza, no dia seguinte.